[Aventura] Compreensão

Estamos no alto do prédio, humanos tocando estrelas, almas miseráveis atrás de uma grandeza ilusória. Solidão me afrige, abraçando com frieza aquilo que não mais existe. Eu sozinho.  Ela está aqui, uma linda garota que afasta a escuridão de mim. Seu nome ecoa em meus ouvidos, trazendo uma felicidade nunca sentida. Asami, a bela de olhos violeta e cabelos escuros como a noite que nós cerca.
- Mycroft, pegará um resfriado se continuar assim. - As palavras ganham vida de uma maneira doce, acentuando todo seu carinho por mim.
A observo, sua pele era branca e servia como um constaste perfeito com seus fios negros. Não era muito de falar, a admirando por mais um par de segundos antes que toda essa cena começasse a parecer estranho. Ela sorria enquanto eu brincava com as palavras em minha mente, sem saber ao certo como responder.Essa era minha maldição, uma timidez fina e infinita que sempre me atinge.
- Asami, sua preocupação, embora tocante, é desnecessária.
A voz é gelada e, para aqueles que não me conhecem, parecia desprovida de qualquer sentimento. A garota, apesar disso, apenas me abraçou como se fosse um urso garantido sua presa. Não demorou muito para ela começar a me devorar até nada restar. Aonde tinha vida, agora só a morte jazia.
Um grito se deu e eu acordei. Era um pesadelo. Se tornaram comuns depois do trauma ocorrido. Estranho, entretanto e até mesmo, bizarro é o fato de eu sentir sua falta, mesmo que não admitida, após todos os seus feitos. Ter tentado me matar e morrido no processo. Era para ser extremamente raro, um ataque de Ghoul no Primeiro Distrito. Matematicamente impossível. Porém, ainda sim aconteceu. Aconteceu nessa casa. Aconteceu aonde durmo e vivo. Aconteceu no meu intimo.
Era cedo, o sol acabará de nasceu. Estava em minha cama, tudo estava nos conformes. Me levantei de maneira ordenada e fui, primeiramente, me molhar. A água estava quase tão fria quanto minha personalidade. Após isso, vestido em uma alinhada camisa social, uma calça formal e sapatos elegantes, descido saciar minha fome de conhecimento. Seis messes foram necessários para eu compreender verdadeira essa guerra entre humanos e Ghouls preciso está dentro da mesma.
Saio de casa com serenidade e ando em direção a base do CCG.

Estava tão frio fora quanto meu coração, o céu era um ser sem esperança, ausente das nuvens que, outrora, mostrava sua beleza adormecida. Olhar para o alto apenas evidenciava a neve que, aos poucos, refugiava-se em meus cabelos e ombros. Não havia muitas pessoas e, tão pouco, carros me acompanhando. Era basicamente eu e minha ambição nessa jornada solitária e ingrata.
- Será que você aprovaria? - Sussurro, pensando naquilo, na pessoa, que começou isso.
Asami. Ela era a causa, o ponto de ruptura, que me fez ir por esse caminho de compreensão sobre a realidade em que vivemos, sobre essa guerra aonde sobrevivemos. A cada passo eu estava certo disso, agindo como meu dogma, minha certeza absoluta. Haverá sangue, haverá sacrifícios para que eu finalmente possa entender quem é o vilão da história.
A medida que me aproximo, uma nova ideia corre em minha mente. Visitar meus pais. Cientistas preocupados apenas com seu próximo experimento. O laboratório é, se me lembro bem, perto da sede principal. Porém, os conhecendo por toda minha vida, eles poucos se importariam com isso. Nem mesmo se preocuparam com meu trauma, tudo que os diz direito são pesquisas e Ghouls. Quanto mais melhor.
As mãos estavam tremendo quando ouvi uma voz agradável me chamando para dentro. Ao ponto que passo da porta posso dizer: Estou na CCG. Estava frio e só agora tomei consciência disso. Provavelmente, ter vindo a pé não foi a melhor das opções. Devo agradecer a pessoa que me trouxe a manta e cachecol, sem isso, estaria tendo um belo de um choque térmico. Aos minutos, o calor se tornou predominante em meu corpo.
A moça de cabelos de ouro, a mesma que me agasalhou em um passado recente, me indagou de maneira gentil. Após beber, discretamente, o chocolate quente, minha garganta, apesar de tímida, sentia-se melhor para falar.
- Obrigado senhorita... Sim, se não for muito, gostaria de saber aonde começo o procedimento para ser um investigador - Dizia com a face séria e um tanto tímida,  tomando o resto do chocolate quente após o termino da fala.

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