[Aventura] 1.0 - Como se tornar um Investigador

Olhava para o calendário sobre minhas pernas despidas, procurava nele a data de hoje, para reiterar o que bem sabia.

"Sim, é hoje!" - havia um grande círculo vermelho ao redor do dia, feito com um marcador permanente, o qual havia feito meses atrás. Essa foi a data em que eu havia decidido que seria o meu ponto de partida. Subia um pouco o olhar, vendo aquela fotografia que havia posto no calendário - personalizado ao meu gosto e concebido por minhas mãos - do Escritório Principal da CCG sob um céu cerúleo e ensolarado, que refletia de forma magnífica nas vidraças da construção. Um dos meus hobbies era a fotografia, e gastava boa parte do meu tempo tirando fotos de diversos lugares. Já lhe passou pela cabeça como cada local pode dar uma imagem diferente? Tudo era questão de perspectiva - e habilidade, claro. Infelizmente, minha câmera havia quebrado, o que me deixou arrasado três dias atrás. Necessitava de comprar outra, mas algumas ocasionalidades tornaram-se um impencílio.

Jogava-o para o lado, na cama, puxando as calça e terminando de me vestir. Provavelmente estaria fazendo um bom frio lá fora, e era uma oportunidade para se trajar bem. Havia deixado o ramo de modelo no dia anterior, meu telefone tocara algumas vezes, as quais tive de ignorar - eram meus empresários, tentando negociar a minha volta. Digo, ex-empresários, mais conhecidos como sugadores de dinheiro, para os íntimos. Botei uma bota preta - essa nunca sai de moda - e uma camisa social, dobrando suas mangas de forma despojada e jogando um terno por cima. Tentava botar a bendita gravata; apertei-a com um nó no pescoço, o qual quase me sufocou. "Isto sempre me dá problemas, argh, sempre!" - pelo menos, até o dia anterior eu tinha um assistente para fazer essas coisas por mim. Acabei jogando-a na cama, enervado, puxando o terno para baixo e dando um último toque em meu visual. "Um cachecol deve cair bem, e é bem mais fácil" - optei por ele, deixando a gravata de lado.

Era uma ocasião formal, mas dispensaria a gravata; afinal, estava frio lá fora. Dei uma última e sutil bagunçada no cabelo, para deixá-lo mais natural e sorri para o espelho, satisfeito. "Digno de mim, sensual, até" - pensei, passando o dedo vagarosamente pelos meus lábios. "Assim está bom" - reafirmei, virando-me. Iria sair de casa, andar pela rua até achar um táxi - me faltava um celular, pois havia sido furtado há duas semanas, um monte de azar - e chamá-lo, para me dirigir até Chiyoda, rumo ao cenário de onde tirei a fotografria de outrora, o Escritório Principal da CCG.

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